Secretaria Municipal da Saúde

Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2025 | Horário: 13:00
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10 anos da Ampi-AB: Saúde Municipal celebra avanço no cuidado integral à pessoa idosa

A avaliação pioneira em São Paulo passou a ser utilizada como diretriz pela OMS e pelo Ministério da Saúde
No primeiro plano, um homem está sentado de costas para a câmera, conversando com uma profissional de saúde que está à sua frente. Ela veste jaleco branco, tem os cabelos presos e mantém uma expressão atenta e acolhedora enquanto fala com o paciente. Sobre a mesa, há documentos, um carimbo e uma caneta, sugerindo que se trata de uma consulta ou avaliação.  Ao fundo, outra profissional de saúde, também de jaleco, trabalha em um computador. A sala é clara e organizada, com materiais médicos e de higiene dispostos em uma bandeja próxima.  A cena transmite um ambiente de cuidado, escuta e acompanhamento clínico.

A cidade de São Paulo comemora em 2025 os 10 anos da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (Ampi-AB), instrumento essencial para a gestão do cuidado na Atenção Básica. Criada em 2014 como projeto-piloto na zona sul e incorporada em toda a rede municipal no ano seguinte, a Ampi se tornou a porta de entrada para o acompanhamento integral das pessoas idosas no município de São Paulo.  

A ferramenta permite avaliar a capacidade funcional, identificar situações de risco e vulnerabilidade e oferecer um cuidado personalizado, de acordo com as necessidades de cada paciente. Com isso, rompeu com a lógica vigente no atendimento à pessoa idosa, deixando de focar apenas na doença para centrar-se no cuidado integral, incluindo a promoção da saúde, e no processo de envelhecimento. “Foi uma quebra de paradigma”, afirma Rosa Maria Marcucci, coordenadora da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

“A gente não envelhece aos 60 anos. O envelhecimento é um processo contínuo, e nós desenvolvemos políticas públicas para que esse processo seja feito da melhor forma possível, garantindo assistência à saúde para todas as necessidades da pessoa idosa”, destaca Rosa, reforçando o pioneirismo da SMS em políticas de assistência à pessoa idosa, por meio da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Raspi). 

A Raspi funciona como um sistema integrado, tendo a Ampi-AB como ponto de partida. Assim, os idosos com condições mais prevalentes e de baixa complexidade são atendidos no nível primário (UBS) ou no secundário, por meio das Unidades de Referência em Saúde do Idoso (Ursis), ou ainda a outros ambulatórios de especialidades, sempre de forma personalizada. 

Já para aqueles com elevado grau de vulnerabilidade, o destaque é o Programa Acompanhante de Idosos (PAI), premiado internacionalmente, e que atualmente atende 8.100 idosos na capital, por meio de 70 equipes.

Casal muda rotina e perspectivas a partir da avaliação
Para o casal Carlos Alberto Correia e Nilde Valentim Correia, 75 e 76 anos respectivamente, ambos aposentados, o cuidado recebido na UBS São Mateus – Nair Alves de Rezende Noribeni, na zona leste, fez com que ressignificassem a própria vida. “Eu e minha esposa sentíamos muito dor na coluna e nas pernas. Na UBS, os profissionais aplicaram uma avaliação e, a partir disso, passaram a nos dar uma assistência completa, com a equipe multiprofissional: orientando desde a alimentação até um treinamento, com caminhada, alongamento, pilates, vôlei e bocha. Isso revolucionou a nossa vida e fortaleceu ainda mais o nosso casamento porque passamos a fazer todas as atividades juntos, fizemos novas amizades e passamos a nos divertir conjuntamente”. 

Após quatro anos de cuidado intenso, o “casal 20” da UBS São Mateus, como a dupla ficou conhecida no território, celebra os resultados que tiveram com a mudança nos hábitos de vida. “Além de não sentirmos mais dor, hoje nós competimos: eu, no bocha, e ela, no vôlei”.  

Em 2017 a Ampi-AB passou a ser utilizada como diretriz pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e em 2018 pelo Ministério da Saúde, além de avançar com a sistematização de informações, aprimoramento dos fluxos de atendimento, com integração ao prontuário eletrônico, e fortalecimento da rede de atenção. Apesar dos avanços, o desafio continua sendo ampliar o alcance da ferramenta. “Queremos que o maior número possível de pessoas idosas no município tenha acesso à Ampi-AB, garantindo um cuidado de qualidade, que respeite a individualidade e promova o envelhecimento saudável”, destaca Rosa Marcucci.

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